Death of Honor
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No coraçao do Império - Fiction

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Post  Renato Thu Jul 24, 2008 2:03 pm

No Coração do Império

Por Bryan Yoon

Editado por Fred Wan

Traduzido por Thiago Hayashi


Toshi Ranbo

Isawa Ochiai contou as horas para este exato momento, e ainda assim se sentia completamente despreparada para o que estava prestes a fazer. Os sussurros do Dragão do Fogo em sua mente a confortaram pelos meses difíceis que se seguiram à batalha em Toshi Ranbo. O Dragão do Fogo era um sinal visível de que ela e o resto do Conselho Elemental não haviam enlouquecido com o poder. Por que mais o Dragão do Fogo apoiaria sua regência, se não aprovasse tudo o que a Fênix havia conseguido ao longo dos meses?


Ochiai caminhou rapidamente ao telhado do Palácio Imperial e imediatamente a tensão no ar aumentou. O avatar do Dragão do Fogo virou sua cabeça para olhar a shugenja, seus olhos fixados intensamente nela. O ar parecia se afiar enquanto os kamis de fogo ao redor do Dragão do Fogo notavam sua presença. Os kamis moviam-se e cantavam furiosamente e corriam para envolver Ochiai em sua dança. O poder dos kamis quase a tirou de seus pés. A canção era de tirar o fôlego.


Ochiai ergueu uma mão, palma para frente, em direção ao Dragão.


“Obrigada por tudo,” sussurrou Ochiai. Ela fechou seus olhos e mexeu a cabeça.


“Você fez o bastante, meu amigo. O resto caberá a nós... E Rokugan.”


Com a concordância silenciosa do Dragão, Ochiai olhou para cima, para a poderosa forma novamente. Por um instante, por uma eternidade, o Dragão do Fogo a olhou nos olhos. Lágrimas começaram a fluir por suas bochechas, sem vergonha, enquanto o Dragão do Fogo ascendia em direção aos céus. O Dragão desenrolou sua majestosa forma ao seu comprimento total. Ochiai observou enquanto o Dragão desaparecia atrás das nuvens. Ochiai não se moveu de sua posição até que não pudesse mais sentir sua presença no Ningen-do.


“Agora, começa,” disse Ochiai ao vento. Ela se virou e rumou em direção à câmara de recepção. Ela secou suas lágrimas e sua face endurecida com vontade.


* * *


Togashi Ieshige olhou para os vastos portões do monastério com uma sensação de incômodo em seu interior. Ele sabia que covardia não era a fonte do problema. Uma vez, ele foi um samurai e um Leão. Nenhum desses dois inícios era inclinado a sinais de covardia. Ele pôs esses deveres de lado e se tornou um monge nas montanhas do Dragão, mas ele nunca esqueceu as lições que aprendeu em sua vida passada. Talvez fosse uma sensação de incômodo por não poder viver segundo as expectativas de Togashi Satsu. Ele não mais tinha uma espada ao seu lado, mesmo assim, agora ele retornou à Cidade Imperial para adentrar as políticas novamente. Políticas eram ardilosas como samurais, e isso só se provaria mais difícil agora.


Ou, talvez, pensou Ieshige, seu desconforto fosse uma simples questão de memória. O monastério da Ordem dos Quatro Templos em Toshi Ranbo estava localizado bem próximo ao distrito de Okura. Em sua vida passada, Ieshige havia servido como governador do distrito antes dele ser queimado num horrendo incêndio.


Qualquer que seja a fonte de seu incômodo, decidiu Ieshige, não importava. Ele responderia aos chamados e representaria o Clã Dragão à melhor maneira que pudesse.


“Você não precisa me acompanhar, Fusami-san,” ele disse, se virando à sua companheira. “Já fiz esta viagem sozinho.”


A jovem mulher olhou de volta para ele e mexeu a cabeça. “Eu não fui ordenada a fazê-lo se é isso que quer dizer, Ieshige-san,” respondeu Fusami. “Porém, pensei que fosse importante que tivesse um yojimbo competente ao seu lado. Você não pode ajudar o Clã se perecer vítima de bandidos ou ronins. O Julgamento do Tengoku continua a arrasar cidades próximas ao pé das montanhas, e eles não são conhecidos por sua misericórdia.”


Ieshige olhou à duelista com surpresa. “Não ouvi a respeito. Você é surpreendentemente bem informada, Fusami-san, para uma simples instrutora designada a Shiro Mirumoto.”


“Entre as aulas, gosto de viajar entre os vilarejos,” respondeu Fusami. “Falo com os camponeses em nossa terra e compartilho tanto seus triunfos e suas perdas.”


Ieshige assentiu lentamente. “Há mais sobre você do que eu esperava, Fusami-san,” ele disse. “Perdoe-me por subestimá-la.”


Fusami sorriu. “Tenho um motivo egoísta também. Nunca vi o monastério de Toshi Ranbo. Posso não ter outra oportunidade de fazê-lo nos anos seguintes.”


“Não podemos permitir que motivos egoístas manchem minha missão,” Ieshige falou com um exagerado olhar de choque em sua face. “Que adentremos o monastério e satisfaçamos seu desejo para que eu prossiga.”


Fusami assentiu resolutamente e o par caminhou pelos portais gigantes.


Ieshige viveu na Alta Casa da Luz, um castelo projetado para monges, e ainda assim a visão dos pisos do castelo tirou seu fôlego. O monastério era enorme. Árvores corriam junto a trilhas de pedras que cruzavam os limiares dos pisos do monastério. Ieshige podia ver jardins à distância, e outros pequenos centros de tranqüilidade encontravam-se à sua vista. O caminho que saía do portão estava alinhado com impressionantemente largos caminhos de pedra que estavam encravadas na colina. No topo da colina, os degraus levavam a um pátio que podia reunir milhares de homens. Quatro prédios gigantes se alinhavam no pátio, e Ieshige podia ver centenas de monges cuidando de seus deveres diários.


Tanto Ieshige quanto Fusami pararam por um longo momento enquanto admiravam a vista.


“O que você sabe deste lugar?” Perguntou Ieshige calmamente. De algum modo, parecia um sacrilégio erguer sua voz num lugar tão sagrado.


“É dos monastérios pertencentes à Ordem dos Quatro Templos,” respondeu Fusami. “Eles são a maior seita da Irmandade de Shinsei. Eles acreditam que monges não devem ficar isolados. Ao invés disso, eles só podem encontrar a verdadeira iluminação e paz pela interação com o mundo real.”


“Suponho que isso explique sua localização,” sussurrou Ieshige. “Vamos encontrar um monge para nos ajudar. Nunca encontraremos alguém por nós mesmos.”


Sem hesitação Ieshige rumou ao monge mais próximo. O monge tinha suas costas viradas ao par enquanto amontoava sujeira e folhas caídas do caminho de pedras. Mesmo por trás, Ieshige podia dizer que o homem era velho, ainda que seus movimentos fossem fortes e vigorosos.


“Perdoe-me, avô,” chamou Ieshige. O monge corrigiu sua postura e se virou. Ele olhou com expectativa a Ieshige, seu ancinho seguro firmemente em sua mão. Por um segundo, Ieshige se sentiu inadequado ao olhar ansioso do monge.


“Me desculpo por estar interrompendo suas tarefas,” disse Ieshige. “Sou Togashi Ieshige e minha companheira é Fusami. Procuro o Grande Mestre Tanari. Ele me chamou para uma audiência. Espero que possa me ajudar a encontrá-lo.” Ieshige puxou um pequeno manuscrito de dentro de seu kimono e presenteou seu selo ao velho.


O monge não se incomodou em olhar o manuscrito. Ao invés disso, ele disse “Sigam-me” numa calma voz. Ele se virou e rumou em direção ao caminho que rumava para o muro do monastério. Ieshige olhou para Fusami intrigantemente, e então, obedientemente começou a seguir o seu guia.


O trio caminhou pela trilha pelo que pareceu ser horas. O caminho seguia o muro e então os levou para trás da grande edificação. Eventualmente, o caminho se curvava em direção à colina e se afastava da beira do monastério. Ieshige ficou aliviado quando o monge parou num pequeno jardim de areia a centenas de metros da construção mais próxima. Ele olhou em volta. Ninguém estava por perto e ninguém parecia se aproximar. Ele estranhou.


Quando seu guia se virou para vê-los, Fusami curvou-se profundamente para o velho homem. Ieshige olhou para ela e parou quando a realização veio a ele.


“Por favor, Fusami-san,” disse o guia, “sou apenas um homem, igual a qualquer outro. Não há necessidade de reverência entre iguais.”


“Tanari-sama,” Ieshige disse e curvou-se. “Deveria ter percebido antes. Não quis causar ofensa.”


Tanari riu suavemente. “Não está mais entre samurais, Ieshige-san. Você não precisa fazer isto. Vamos simplesmente resolver a questão que nos reúne hoje.”


“Você pediu a presença de um representante do Clã Dragão,” disse Ieshige. “Não sou nada mais que um humilde monge, ainda que Togashi Satsu-sama e seu hatamoto tenham me pedido para servir como seu substituto para este encontro.”


Tanari ergueu uma sobrancelha. “Hatamoto, você diz?”


“Hai,” respondeu Ieshige. “Os deveres de Satsu-sama consumem muito de sua atenção. Para melhor facilitar a incorporação das três ordens na reunificada Togashi, ele apontou Hit... Digo, Togashi Maya como líder dos ise zumi. Foi ela quem pediu que eu representasse Satsu-sama nesta questão.”


“Maya? Interessante,” disse Tanari. “É uma pena que ele não apareça, ainda assim, entendo que ele tem muitos deveres. Não gastarei nosso tempo. Pedi que viesse aqui para oferecer nosso apoio ao Clã Dragão.”


Os olhos de Ieshige se arregalaram. Ele respirou algumas vezes para se acalmar e ousou falar. “Você está dizendo que a Irmandade de Shinsei apoiará o candidato do Clã Dragão para o trono?”


Tanari gargalhou. “Nada tão grandioso, Ieshige. A Ordem dos Quatro Templos deseja apoiar Togashi Satsu para o trono.”


“Esta não é uma pequena oferta,” Fusami sussurrou à orelha de Ieshige. “A Ordem dos Quatro Templos é a maior seita da Irmandade, e o líder da Ordem dos Quatro Templos é considerado o líder da Irmandade inteira por muitos monges.”


“Devo lhe perguntar, o que o levou a esta decisão?” Disse Ieshige.


“Quem você acredita ser capaz de suportar a responsabilidade do trono?” Tanari perguntou. “Por quarenta anos as terras foram assoladas por guerra repetidas vezes sob a orientação da dinastia Toturi. Por quarenta anos homens têm morrido porque o Imperador não tem a força para antecipar e evitar o que está no caminho do Império.”


Ieshige se reteve. “Você beira a blasfêmia, Tanari-sama,” ele disse calmamente.


“Talvez,” Tanari respondeu calmamente, “ainda assim falo apenas a verdade. A linhagem Imperial está terminada. Quem melhor do que um deus para ascender ao trono?”


“Dizem que Lorde Satus não desejo se tornar Imperador,” disse Ieshige.


“No que acredita, Ieshige?” Tanari perguntou.


Ieshige parou. Ele reuniu seus pensamentos numa idéia coerente e então falou. “Desejo que as guerras terminem. Desejo paz entre as pessoas. Um homem forte e sábio deve se sentar no trono, um Imperador que saiba o que é melhor para o povo.”


“E quem você acredita que acabei de descrever?” Tanari perguntou.


Ieshige olhou nos olhos de Tanari. Lentamente e relutantemente, ele sorriu.


* * *
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Post  Renato Thu Jul 24, 2008 2:04 pm

Um dia depois

Matsu Kenji olhou pelo campo até os muros de Toshi Ranbo. Era uma visão que a enchia de orgulho e desconforto. Toshi Ranbo era a Cidade Imperial agora, mesmo que só recentemente tenha recebido esta honra. Antes da mudança, Toshi Ranbo era uma cidade intensamente disputada pelos Clãs Leão e Garça. Kenji ainda podia se lembrar de investir nas muralhas com o resto do Orgulho do Leão enquanto lutavam com os exércitos da Garça. Ela percorreu um longo caminho desde então, ainda que os muros de Toshi Ranbo estivessem ligados em sua mente à sua juventude.


Aqueles dias se foram; ela não tinha mais a juventude em aspecto algum da palavra, mas ela estava se preparando para liderar uma investida aos muros da cidade novamente. Ela se sentou em seu cavalo e esperou para que os outros se preparassem. Ela estudou a cidade mais uma vez. Ela se acostumou à visão do Dragão do Fogo enrolado no topo da cidade. A cidade parecia mundana e vazia em sua ausência.


“Kenji-sama,” alguém disse em voz alta, “talvez você não devesse ser a cabeça do grupo.”


Kenji se virou a quem falou e sorriu. Matsu Sakaki era uma jovem garota que recentemente se juntou ao Orgulho do Leão. Por ser mais jovem que as outras, ela tinha a tendência de tentar compensar e se arremessar ao combate. “Por que diz isso, Sakaki-chan? Teme por minha segurança?”


“Sim,” disse Sakaki secamente. “Uma vez que a Fênix reconheça nossos planos, eles podem reagir violentamente. Quem sabe o que eles farão para manter o poder dentro ao seu alcance?”


“Ms você estará lá para me proteger, irmã,” provocou Kenji. “Com você ao meu lado enfrentaria exércitos inteiros da Fênix sem medo.”


“Zombe-me se quiser,” respondeu Sakaki com força. Suas bochechas se avermelhavam com o embaraço. “O Orgulho do Leão pode proteger-lhe mas não podemos esmurrar flechas no ar. Qualquer comandante inteligente o bastante terá arqueiros posicionados. Por favor, permita que uma de nós lidere o grupo.”


“Não se preocupe, Sakaki-chan,” disse Kenji. “A Fênix não se arriscará a um desastre diplomático abrindo hostilidades. Se você puder seguir minha liderança, estaremos bem.”


“Está pronta para arriscar sua vida neste ataque?” Engasgou Sakaki.


“Sim,” respondeu Kenji. “O que é a vida sem um pouco de excitação? Junte-se às suas irmãs. Começaremos em breve.”


Sakaki curvou-se e caminhou atrás dela para se juntar ao resto do Orgulho do Leão. Kenji olhou para as forças reunidas atrás dela. Outros que não integrantes do Orgulho do Leão serviam como guarda-costas de sua unidade, havia alguns outros que não se juntariam em sua manobra. Vários cortesãos, omoidasu e outros burocratas estavam ao lado de seus soldados. Uma unidade de samurais Akodo esperava atrás dos burocratas, mas isso era tudo. Ela não pretendia lutar por seu caminho até a capital. Era um simples acordo político para definir a posição de seu clã. Isso era, de fato, lutar sem lutar.


Ela nunca esperava que a política pudesse ser tão desgastante. Ela teria que dar uma chance a ela algum dia.


“Vamos lá,” ela gritou para seus homens e apontou seu cavalo aos portões da cidade. O cavalo se moveu adiante a um trote lento. Os soldados do Leão atrás dela se apressaram para ficarem juntos. Não demorou muito para que o grupo chegasse ao portão. No momento não havia tráfico entrando ou saindo da cidade, e Kenji sorriu. Isso tornava as coisas muito mais fáceis. Apenas três Shiba cuidavam do portal; dois bushis armados com naginatas estavam de pé nos dois lados da entrada e um terceiro esperava com um manuscrito em mãos. Os Fênix olharam com triste determinação quando o grupo de Kenji se aproximou.


“Bom dia,” gritou Kenji aos guardas da Fênix. Eles reagiram instantaneamente, corrigindo suas posturas e fechando o caminho com suas naginatas. O oficial em cargo deu um passo a frente.


“Kenji-sama, temo que o decreto ainda esteja valendo,” o guarda capitão disse. Eleolhou para seu cavalo e para sua face, como se isso fizesse suas palavras mais agradáveis ao Leão. “O Leão não tem acesso permitido à cidade.”


“Besteira,” desdenhou Kenji. “Foi um mal entendido em várias partes, e tenho certeza que todas as questões tenham sido resolvidas por agora. Estamos passando, então não se incomode em ficar no meu caminho.”


“Kenji-sama-” o capitão continuou numa voz encorpada.


“Entenda que você está numa posição impossível agora, Shiba-san,” disse Kenji. “Eu o supero consideravelmente e quero entrar na cidade. vocÊ realmente acha que está em posição de me deter?”


“Os deveres dados a mim pelas autoridades adequadas me dão direito sobre sua-”


“Não percebo que alguém esteja sentado no trono agora,” disse Kenji. “Caso contrário, não vejo como qualquer ordem possa impedir minhas ações.”


“O Conselho Elemental-”


“O Conselho Elemental não declarou um dos Mestres como Imperador ainda, Shiba-san, e não creio que o farão sem protesto dos outros clãs. Veja. Por favor não torne isso mais difícil do que precisa ser. Não pretendemos luta. Simplesmente queremos voltar para nossas casas.”


Os guardas hesitaram enquanto Kenji esporou seu cavalo para mover-se. Eles podiam pará-la à força ou deixá-la passar. Era claro que nenhuma das opções era agradável ao guarda capitão Shiba. Ele hesitou até que o cavalo de Kenji estivesse diante da naginata do guarda. Ele rapidamente gesticulou com sua mão, e os guardas abriram o caminho.


“Obrigada,” disse Kenji. Ela cavalgou seu cavalo na cidade — e imediatamente parou diante da visão à frente.


Três unidades de samurais Shiba estava além do portal, impedindo sua entrada na cidade. Eles bloqueavam a estrada completamente enquanto observavam-na passar pelo portal. Vários samurais de vários clãs observavam o espetáculo pelo lado; Kenji não prestou atenção em quem exatamente estava observando, mas sabia que este incidente logo se tornaria uma história conhecida por todo o Império.


Um único samurai se levantou diante das tropas da Fênix, e Kenji instantaneamente reconheceu Shiba Naoya. Naoya era o irmão do Campão morto do Clã Fênix, Shiba Mirabu e agia como o líder dos Shiba na ausência de um verdadeiro Campeão.


“Então é por isso que ninguém estava usando este portal,” Kenji disse a Naoya. “Bem jogado.”


Naoya assentiu. “Estou feliz que reconheça futilidade ao vê-la, Kenji-san,” disse Naoya. Ele apontou ao portão. “Por favor, evitemos um desastre. Vire-se a deixe a cidade de uma vez.”


“Dizem que Matsu são bravios. Eles dizem que gostamos de investir mesmo contra situações ruins,” disse Kenji. Ela sorriu e fechou seus dentes a Naoya. “Posso garantir que a reputação é bem merecida.”


Uma sensação de nervosismo se espalhou entre os Fênix reunidos. Naoya olhou aos soldados atrás dela e então se virou para ela. “Não tente isto,” ele avisou.


Kenji bufou. “Vamos ser racionais quanto a isto, Naoya-san. Lidero muitos cortesãos e poetas na cidade. Esses soldados todos são a guarda pessoal da Daimyo da Família Matsu. Não tenho intenção de começar uma luta dentro do território da cidade.”


“O Conselho Elemental decretou que todos os Leões devem deixar a cidade,” disse Naoya. “A partida do Dragão do Fogo nada significa. A Fênix ainda detém o controle da cidade e reforçaremos a paz por qualquer meio necessário. Não pode ver isso?”


“Sim, posso,” respondeu Kenji, sinceramente. “Se a Fênix não tivesse detido a luta durante o ataque do Khan, incontáveis artefatos inestimáveis teriam sido destruídos. Quem sabe o que poderia ter sido danificado? Talvez registros, oratórios, e arte poderiam ter sido perdidos para sempre se vocês não tivessem intervindo. Somos gratos por tudo que fizeram. Isso não muda o fato de que a cidade continua sem seus defensores por direito.”


“Protegemos a cidade bem depois do ataque do Khan, Kenji-san,” disse Naoya. “Não considere levianamente seus próprios enganos. Se sua briga com o Mantis aumentasse, a destruição poderia ter sido ainda mais devastadora.”


“Esses eventos são irrelevantes,” disse Kenji. Ela revirou os olhos. “Foi dever do Leão proteger esta cidade. Guardamos esta cidade por séculos. Somos a Mão Direita do Império. Você não nos afastará de nossas responsabilidades.”


Naoya mexeu sua cabeça. “Você não será permitida a arruinar a cidade.”


Kenji franziu-se. “Somos samurais aqui, não crianças,” Ela gritou. “Viemos recuperar os trabalhos que a tradição nos manda cumprir. Viemos ajudar a salvar a cidade, não ajudar em sua destruição. Após termos reestruturado nossa casa, mais do Leão virá à cidade. Não viemos como conquistadores, Naoya-san. Viemos como protetores.”


“Naoya-san,” uma dos expectadores disse repentinamente. Ela caminhou para fora da multidão e caminhou confiantemente em direção ao destacamento Fênix. Era uma jovem mulher vestida em mantos esplêndidos de um cortesã da Garça. Kenji não a reconheceu, mas novamente, ela evitava as cortes ao máximo.


“Masako-san,” disse Naoya atentamente.


Doji Masako deu uma leve reverência. “Sua empreitada aqui é honrada, Naoya-san, mas não pode ver que o pedido de Kenji-san não é menos honrado? Ela está aqui porque a tradição manda que os soldados do Leão protejam estes muros. Ela não envergonhará seus ancestrais ao falhar na tarefa que eles impõem a ela.”


Naoya hesitou por enquanto examinava as palavras da cortesã.


“Tenho certeza de que os soldados do Leão não instigarão qualquer outro problema dentro dos muros da cidade,” Masako adicionou com um olhar para Kenji.


“Claro,” disse Kenji.


Naoya suspirou e parecia que toda sua energia o deixou de uma vez. “Por fim,” ele disse, “não podemos impedir-lhe de entrar na cidade sem iniciar uma batalha. Isso arruinaria tudo pelo que trabalhamos. O Leão pode entrar na cidade, Kenji-san.”


“Obrigado, Naoya-san. Vamos trabalhar com você, e protegeremos a Cidade Imperial juntos,” saudou Kenji.


“Lhe prometo isto, Matsu Kenji. Se ferirem a cidade novamente, não permitiremos que fique. Os Shiba morrerão, se necessário, para garantir que Toshi Ranbo continue segura,” disse Naoya. O fogo em sua voz era inconfundível. Sem mais palavras ele se virou e rumou para dentro da cidade. Sua guarda seguiu seus passos e começou a marchar ao Palácio Imperial.


Kenji se virou para Masako. Ela virou e sorriu. “Parabéns, Kenji-san,” ela disse.


Kenji assentiu. “Obrigada por sua ajuda. Não podia deixar minhas intenções, mas você foi capaz de achar palavras para meus sentimentos.”


“Era o que precisava ser feito,” Masako respondeu simplesmente. Ela sorriu brilhantemente para Kenji. “O Leão não é tão diferente da Garça quanto gostariam de acreditar.”


“Talvez,” disse Kenji. “Se você está certa, o resto do Império tem muito o que temer de nós.”
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